Com o passar do tempo, cada vez mais os gatos estão se tornando pets populares e adorados por nós humanos e assim, cresce a quantidade de pacientes felinos nas clínicas veterinárias. No entanto, já se sabe que a visita ao veterinário pode ser extremamente traumática e estressante tanto para os gatinhos, quanto para seus tutores. Isso pode fazer com que muitos tutores não levem seus pets felinos para o veterinário com a frequência ideal, prejudicando a saúde e o bem-estar desses animais. Assim, percebe-se a importância cada vez maior das clínicas cat friendly.
Ter uma clínica cat friendly depende, primeiramente, do entendimento dos hábitos e comportamento desses felinos. Gatos, na natureza, são predadores de alguns pequenos animais (como, pequenos roedores, insetos e pequenas aves), mas também são predados por outros animais (como, aves de rapina, canídeos e felídeos maiores), logo, precisam sempre estar em alerta para capturar suas presas, mas também para não serem predados. Esse estado constante de alerta, aliado ao pequeno tamanho, faz com que os gatos, ao se sentirem ameaçados, respondam de maneira defensiva, de maneira a escapar e se proteger. Outra coisa muito importante a se saber dos gatos é que são animais extremamente sensíveis a odores e sons do ambiente.
Ser cat friendly é entender e se colocar no lugar do gato.
Caixa de transporte
A caixa de transporte deve estar presente na rotina do gato e do tutor desde o início da vida, sendo indicado que essa fique em um local de uso do gato, mantida aberta e com cobertor e brinquedos, afastando a associação negativa do gato em relação ao transporte.
Na clínica, é fortemente indicado que os exames físicos sejam feitos na caixa de transporte aberta, com a parte superior dela removida.
Sala de espera
A sala de espera deve ser destinada apenas aos gatos, sendo um ambiente silencioso e calmo. É recomendado que se use um difusor de feromônios sintético plugado na tomada.
É muito importante que se tenham bancadas e mesas para que o tutor apoie a caixa de transporte, evitando que ele coloque essa no chão (gatos não gostam de serem colocados no nível do chão, aumentando o estresse) durante a espera ou o pagamento.
Sala de atendimento
Se possível, a sala de atendimento deve ser exclusiva ao atendimento de gatos (em clínicas mistas), sendo pensada para evitar fugas e confinamento.
A mesa dessa sala pode ser pequena e com material similar a das mesas de laboratório (fórmica, impermeável e de fácil higienização). Mesas de inox não são recomendadas, pois são geladas, brilhantes e suscetíveis a estalos e barulhos.
É importante que na sala de atendimento esteja grande parte dos materiais necessários para a consulta, evitando grandes movimentações.
Manejo e contenção
Sempre que possível, é aconselhado deixar o animal solto, mantendo a caixa de transporte aberta e permitindo que o paciente saia (aumentando sua sensação de controle e reduzindo o estresse).
Salas destinadas para gatos devem ter toalhas e cobertores higienizados e de uso individual, úteis para cobrir a mesa e realizar a contenção e coleta de materiais. Essa técnica de contenção é a mais recomendada, evitando contenções pelo cangote e uso de métodos de tração excessiva (que são desnecessários e não recomendados).
A coleta de materiais e exames devem ser rápidos, precisos e gentis, permitindo que o gato volte para dentro da caixa após o procedimento. Baixo tom de voz e pouca movimentação, além de difusores de feromônio sintético são essenciais para que o atendimento seja bem sucedido.
Fonte:
DANIEL, Alexandre G. T. O benefício das práticas cat friendly nas clínicas e hospitais veterinários.
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